20.12.04

Dia de Gibi Novo: The Walking Dead e Ex Machina

Nos últimos meses eu prestei muito pouca atenção no que acontecia nos quadrinhos. As únicas notícias - e a maioria das "notícias" não passa de press releases que me alcançavam eram as que apareciam nos e-mails do Warren Ellis e em duas colunas do CBR. Nesse tempo, perdi muita coisa e muitas recomendações.

No comentário de algum post, o Daniel Pellizzari recomendou The Walking Dead, série de zumbies escrita por Robert Kirkman. Como os mortos vivos muito me agradam - sonho com eles constantemente, aliás - resolvi tentar a série. Muito melhor do que esperava. O escritor não quer dar sustos em ninguém, mas explorar as modificações ocorridas na vida durante uma já tradicional epidemia de zumbis. Como em 28 Dias, o protagonista - o policial Rick - acorda de um coma e encontra sua cidade toda detonada, partindo em busca de sua família depois de se situar.

O mérito de Kirkman está em não tentar dar sustos no leitor - coisa muito difícil nos quadrinhos - mas em mostrar gradualmente as mudanças nos personagens e os arranjos que eles têm que fazer para sobreviver e conservar suas identidades. Esse aspecto de The Walking Dead me lembrou muito Y: The Last Man, série escrita por Brian K. Vaughan que também tem um elemento apocaliptico bem marcado.

Vaughan também escreve Ex Machina, uma série de pós-super-heróis de que já tinha ouvido falar, mas não prestei nenhuma atenção. Coloco a culpa na capa do primeiro número, com um herói voador à Rockteer e três assistentes na frente. Sendo um gibi da Wildstorm, pensei que fosse algo no velho agente do governo e black ops. Nada disso.

Ex Machina apresenta um engenheiro que, depois de ganhar o poder de falar com máquinas e dar uma de super-herói, se torna prefeito de Nova York. Há o mistério da origem dos poderes e a eterna dúvida de o herói voltar ou não à ação (eu espero que isso seja adiado o máximo possível), mas o interessante é ver um não-político com um passado estranho lidando com a política.

Os desenhos de Tony Harris (Starman) são perfeitos para a série. Um pouco mais luminosos e com menos blocos de preto que em trabahlos anteriores, eles funcionam tão bem para os flashbacks de ação quanto para os diálogos entre os personagens.

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